Mamãe Formiga Atômica?

Eu sempre fui muito acelerada. E falo demais. Quando eu era pequena, meu pai me chamava de “Matraca Trica” – um personagem de desenho animado que não parava de falar.

Desde pequena eu me engajava em tudo que pudesse na escola – ainda que as opções fossem limitadas, perto do que se tem hoje – teatro, dança, eleições de grêmio. E, no fim das contas, acabava sendo eu a porta-voz, quem representava, quem  – adivinha? – falava. Mesmo que os outros não tivessem me pedido. Eu me voluntariava, e ia.

Isso não me rendeu muitos amigos, como você pode imaginar. Crianças e adolescentes não gostam do diferente – e, Deus, eu era diferente! Eu tirava boas notas, eu gostava MUITO de ler, eu era impaciente, eu falava o que eu pensava, eu era passional. A receita completa para o desastre.

Eu fui crescendo, amadurecendo, e suavizando o que consegui, ao longo dos anos. Tornei-me uma profissional comprometida, apaixonada pelo que faço, casei-me com um homem incrível – que, adivinha, quase não fala -, tive três filhos sensacionais, mantive poucos – e muito bons – amigos. Resumo da ópera: a vida foi generosa comigo, e eu fiz o melhor do que ela me concedeu.

Já deve estar claro porque eu me chamo de “Mamãe Formiga-Atômica”. Se você foi criança nas décadas de 70 ou 80, deve se lembrar de um personagem de desenho animado chamado Formiga Atômica (“Atomic Ant”). Era uma espécie de super-herói que vivia ligado no 220. Pois é. Que nem eu.

E como criar três filhos, manter um casamento com um homem de inteligência muito acima da média, gerenciar uma casa, estudar, dar atenção ao restante da família e cuidar de um cachorro parece moleza, resolvi manter um blog.

Formiga Atômica, lembra?